Delfina Nina
(Perú, 1990)
Sobre a sua obra
A arte tem permitido a Delfina Nina transbordar a sua subjetividade e a totalidade vivencial que a atravessa para alcançar significados inusitados. Nas suas obras, o rasgamento leva à rutura de convenções de género e de representação e ao reencontro das suas zonas viscerais. As suas obras vão no sentido da procura de tonalidades e efeitos pessoais. Através delas, a artista mergulha em interstícios solitários, reconstrói o sentido da sua presença com as suas fracturas e mistérios. Sente as narrativas inaudíveis, suprimidas e invisíveis e constrói o seu próprio imaginário particular, familiar, feminino, irrepetível.
A linguagem plástica torna-se um meio para desvendar em imagens profundas as convulsões do seu ser nos seus mais amplos e múltiplos canais. A abordagem visual conduz à construção de transparências, no tratamento reflexivo e contemplativo da pintura e no potencial da imagem para descobrir desdobramentos impensáveis.
O onírico torna-se uma forma de abraçar a heterogeneidade da sua identidade e do mundo. Através do cultivo do fantástico e do surreal, a sua obra penetra em territórios pulsantes que lhe permitem redescobrir as arestas mais agudas e emancipatórias do seu ser, abraçar a existência na sua alteridade e incitar temporalidades que se abrem à singularidade e ao abismal.
Na sua obra, a natureza desempenha um papel essencial, um elemento que a identifica e suplanta no seu lado mais selvagem e profundo ou se torna uma criatura com vida própria. O exercício da poética permite-lhe esgarçar o desconhecido e inominável, experimentar novos rostos, texturas vivenciais e paisagens.
Percurso (resumido)
Estudou pintura na Escola de Belas Artes de Calca, UNDQT. Ao longo da sua carreira artística, o seu trabalho tem sido exposto em várias exposições pessoais e colectivas. Entre as exposições em que participou estão Nina/Amao no Museo Andrés del Castillo em Lima, 2015. Também Comunión, um mural efémero executado com meios mistos sobre betão (500 cm x 380 cm) no Museo de Arte Contemporáneo del Cusco, 2018. Na sua carreira conta com várias exposições individuais, entre elas Entre el Vacío y el Plástico Recuerdo, Sala de Arte Blanco y Negro de la Alianza Francesa del Cusco, 2013; Vaivén de las Emociones, Museo de Arte Contemporáneo del Cusco, 2014; Canto, Galería de Arte Enlace Arte Contemporáneo, Lima, 2018; AMA, realizada no Espacio Augusta, Peru, entre 2023 e 2024.
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Lianet Martínez "Prótesis", 2012, aço forjado, conformado e reciclado
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Yoxi Velázquez "El despegue", 2011, performance, 120 min